Jalal ad-Din Muhammad Rumi (MEVLANA)

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Jalal ad-Din Muhammad Rumi
Nascimento 30 de setembro de 1207
Morte 17 de setembro de 1273 (65 anos)
Ocupação Poeta, jurista, teólogo

Mawlānā Jalāl-ad-Dīn Muhammad Rūmī (مولانا جلال الدین محمد رومی), também conhecido como Mawlānā Jalāl-ad-Dīn Muhammad Balkhī (محمد بلخى), ou ainda apenas Rumi ou Mevlana, (30 de setembro de 1207 — 17 de setembro de 1273), foi um poeta, jurista e teólogo sufi persa1 do século XIII. Seu nome significa literalmente "Majestade da Religião"; Jalal significa "majestade" e Din significa "religião".2
Rumi é, também, um nome descritivo cujo significado é "o romano", pois ele viveu grande parte da sua vida na Anatólia, que era parte do Império Bizantino dois séculos antes.3
 
Túmulo de Rumi em Konya, Turquia.
Ele nasceu na então província persa de Balkh, na aldeia de Wakhsh, atualmente na província de Khatlon do Tadjiquistão. A região estava, nessa época, sob a esfera de influência da região de Khorasan e era parte do Império Khwarezmio.
Ele viveu a maior parte de sua vida sob o Sultanato de Rum, no que é hoje a Turquia, onde produziu a maior parte de seus trabalhos4 e morreu em 1273 CE. Foi enterrado em Konya e seu túmulo tornou-se um lugar de peregrinação. Após sua morte, seus seguidores e seu filho Sultan Walad fundaram a Ordem Sufi Mawlawīyah, também conhecida como ordem dos dervishes girantes, famosos por sua dança sufi conhecida como cerimônia sema.
Os trabalhos de Rumi foram escritos em novo persa. Uma renascença literária persa (século VIII/IX) começou nas regiões de Sistan, Khorāsān e Transoxiana5 e por volta do século X/XI, ela substituiu o árabe como língua literária e cultural no mundo islâmico persa. Embora os trabalhos de Rumi houvessem sido escritos em persa, a importância de Rumi transcendeu fronteiras étnicas e nacionais. Seus trabalhos originais são extensamente lidos em sua língua original em toda a região de fala persa. Traduções de seus trabalhos são bastante populares no sul da Ásia, em turco, árabe e nos países ocidentais. Sua poesia também tem influenciado a literatura persa bem como a literatura em urdu, bengali, árabe e turco. Seus poemas foram extensivamente traduzidos em várias das línguas do mundo e transpostos em vários formatos; A BBC o descreveu como o "poeta mais popular na América".6

Trabalhos principais
A poesia de Rumi é frequentemente dividida em diversas categorias: os quartetos (rubayāt) e odes (ğazal) do Divan, os seis livros do Masnavi, Os Discursos, As Cartas e o praticamente desconhecido Seis Sermões.

Trabalhos poéticos

Maṭnawīye Ma'nawī
Museu Mevlâna, Konya, Turquia
A principal obra de Rumi é o Maṭnawīye Ma'nawī (Dísticos Espirituais; مثنوی معنوی), um poema em seis volumes considerado por alguns como sufi7 como o Corão em língua persa. É considerado por muitos como um dos maiores trabalhos de poesia mística.
A outra grande obra de Rumi é o Dīwān-e Kabīr (Grande Obra) ou Dīwān-e Shams-e Tabrīzī (As Obras de Shams de Tabriz; دیوان شمس تبریزی intitulado em honra do grande amigo e inspiração de Rumi, o dervixe Shams) e contendo aproximadamente quarenta mil versos. Várias razões foram dadas para a decisão de Rumi de dar o nome de Shams à sua obra prima; algumas pessoam defendem a ideia de que já que Rumi não teria sido um poeta sem Shams, é justo que a coleção receba seu nome.
Trabalhos em Prosa
Fihi Ma Fihi (Nele o Que Estiver Nele, Persa: فیه ما فیه) é uma coletânea de setenta e uma palestras dadas por Rumi em várias ocasiões para seus discípulos. Foi compilada a partir das anotações de vários de seus discípulos, e portanto Rumi não escreveu o trabalho diretamente.8 Uma tradução para o inglês a partir do persa foi publicada pela primeira vez por A.J. Arberry como os Discourses of Rumi (Discursos de Rumi) (New York: Samuel Weiser, 1972), e uma tradução do segundo livro por Wheeler Thackston, Sign of the Unseen (Sinal do Invisível) (Putney, VT: Threshold Books, 1994).
Majāles-e Sab'a (Sete Sessões, Persa: مجالس سبعه) contêm se sermões persas (como implicado pelo nome) ou palestras dadas em diferentes assembleias. Os sermões propriamente dão um comentário sobre o sentido mais profundo do Corão e do Hadith. Os sermões também incluem citações dos poemas de Sana'i, 'Attar e outros poetas, incluindo o próprio Rumi. Como relatado por Aflakī, após o Shams-e Tabrīzī, Rumi deu sermões pela requisição de notáveis, especialmente Salāh al-Dīn Zarkūb.9
Makatib (As Cartas, Persa: مکاتیب) é o livro contendo as cartas de Rumi em persa para seus discípulos, familiares e homens influentes e do governo. As cartas testificam que Rumi estava bastante ocupado ajudando familiares e administrando uma comunidade de discípulos que cresceu ao redor deles.


Referências

  1. B. Ghafurov, "Todjikon", 2 vols., Dushanbe 1983-5.
  2. Rumi's Spirituality. Página visitada em 15 de outubro de 2007.
  3. Schwartz, Stephen. "The Balkin Front." Weekly Standard, 14 de maio de 2007.
  4. Barks, Coleman, Rumi: The Book of Love: Poems of Ecstasy and Longing, p. xxv Harper Collins (2005), ISBN 0-06-075050-2
  5. Lazard, Gilbert "The Rise of the New Persian Language", in Frye, R. N., The Cambridge History of Iran, Cambridge: Cambridge University Press, 1995, Vol. 4, pp. 595–632. (Lapidus, Ira, 2002, A Brief History of Islamic Societies, "Sob governo árabe, a língua árabe tornou-se a língua principal paa a administração e religião. A substituição do persa médio por árabe foi facilitada pela tradução dos clássicos persas em árabe. O árabe tornou-se o principal veículo da alta cultura persa e manteve-se assim até o sécuo XI. A língua parsi declinou, tendo sido mantida viva principalmente pelo clero zoroástrico no Irã ocidental. As conquistas árabes, entretanto, ajudaram a tornar o persa ao invés do árabe a língua mais comum falada no Khurasan e nas regiões além do rio Oxus. Paradoxalmente, o domínio árabe e islâmico criaram uma região cultural persa em áreas nunca antes unificadas pela língua persa. Um novo persa desenvolveu-se desta situação linguística complexa. No século IX, os governadores Tahirid de Khurasan começaram a escrever a velha língua persa em caracteres árabes ao invés de caracteres pahlavi. Ao mesmo tempo, senhores orientais nos principados pequenos começaram a patrocinar uma poesia da corte local numa forma elevada de persa. A nova poesia era inspirada por formas de versos árabes, de modo que patrões iranianos que não entendessem a língua árabe pudessem compreender e apreciar a apresentação de uma poesia elevada e dignificada na maneira de Bagdá. Esta nova poesia floresceu em regiões onde a influência cultural abássida foi atenuada e onde não tinha que competir com a tradição sobrevivente dos clássicos literários em persa médio cultivados por motivos religiosos no Irã ocidental. Nas regiões ocidentais, incluindo o Iraque, a Síria e o Egito e as terras do ocidente islâmico longínquo incluindo o norte da África e a Espanha, o árabe tornou-se a língua predominante tanto da alta cultura literária quanto do discurso oral." pp. 125–132, Cambridge: Cambridge University Press.)
  6. Charles Haviland (2007-09-30). The roar of Rumi - 800 years on. BBC News. Página visitada em 2007-09-30.
  7. Abdul Rahman Jami nota:
    من چه گویم وصف آن عالی‌جناب — نیست پیغمبر ولی دارد کتاب
    مثنوی معنوی مولوی — هست قرآن در زبان پهلوی
    O que posso dizer em honra daquele grande homem?
    Ele não é um profeta mas veio com um livro;
    O Masnavi Espiritual de Mowlavi
    O Masnavi Espiritual de Mowlavi
    É o Corão na língua de Pahlavi (Persa).
    (Khawaja Abdul Hamid Irfani, "The Sayings of Rumi and Iqbal", Bazm-e-Rumi, 1976.)
  8. Franklin Lewis, Rumi: Past and Present, East and West – The Life, Teachings, and Poetry of Jalal al-Din Rumi, Oneworld Publications, 2000, Capítulo 7.
  9. Franklin Lewis, Rumi: Past and Present, East and West – The Life, Teachings, and Poetry of Jalal al-Din Rumi, Oneworld Publications, 2000.
↑ Franklin Lewis, Rumi: Past and Present, East and West – The Life, Teachings, and Poetry of Jalal al-Din Rumi, Oneworld Publications, 2000.
Extraído de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jalal_ad-Din_Muhammad_Rumi
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RÛMI
EU SOU TU
Sou as partículas de pó à luz do sol,
sou o círculo solar.
Ao pó digo: "não te movas",
e ao sol: "segue girando".
Sou a névoa da manhã
e a brisa da tarde.
Sou o vento da copa das árvores
e as ondas contra o penhasco.
Sou o mastro, o leme, o timoneiro e a quilha
e o recife de coral em que naufragam as embarcações.
Sou a árvore em cujo galho tagarela o papagaio,
sou silêncio e pensamento, e também todas as vozes.
Sou o ar pleno que faz surgir a música da flauta,
a centelha da pedra, o brilho do metal.
Sou a vela acesa e a mariposa
girando louca ao seu redor.
Sou a rosa e o rouxinol
perdido em sua fragrância.
Sou todas as ordens de seres,
a galáxia girante,
a inteligência imutável,
o ímpeto e a deserção.
Sou o que é
e o que não é.
Tu, que conheces Jalal-ud-Din
Tu, o Um em tudo,
diz quem sou.
Diz: eu sou
Tu.
***
A EVOLUÇÃO DA FORMA
Toda forma que vês
tem seu arquétipo no mundo sem-lugar.
Se a forma esvanece, não importa,
permanece o original.
As belas figuras que viste,
as sábias palavras que escutaste,
não te entristeças se pereceram.
Enquanto a fonte é abundante,
o rio dá água sem cessar.
Por que te lamentas se nenhum dos
dois se detém?
A alma é a fonte,
e as coisas criadas, os rios.
Enquanto a fonte jorra, correm os rios.
Tira da cabeça todo o pesar
e sorve aos borbotões a água deste rio.
Que a água não seca, ela não tem fim.
Desde que chegaste ao mundo do ser,
uma escada foi posta diante de ti,
para que escapasses.
Primeiro, foste mineral;
depois, te tornaste planta,
e mais tarde, animal.
Como pode ser isto segredo para ti?
Finalmente foste feito homem,
com conhecimento, razão e fé.
Contempla teu corpo; um punhado de pó
vê quão perfeito se tornou!
Quando tiveres cumprido tua jornada,
decerto hás de regressar como anjo;
depois disso, terás terminado de vez com a terra,
e tua estação há de ser o céu.
Passa de novo pela vida angelical,
entra naquele oceano,
e que tua gota se torne o mar,
cem vezes maior que o Mar de Oman.
Abandona este filho que chamas corpo
e diz sempre Um; com toda a alma.
Se teu corpo envelhece, que importa?
Ainda é fresca tua alma.
***
A LUA EM TABRIZ
“Com a maré da manhã surgiu no céu uma lua.
de lá desceu e fitou-me.
Como o falcão que arrebata o pássaro,
essa lua agarrou-me e cruzou o céu.
Quando olhei para mim, já não me vi:
naquela lua meu corpo se tornara,
Por graça, sutil como a alma.
Viajei então em estado de alma
e nada mais vi senão a lua,
até que o segredo do saber divino
me foi por inteiro revelado:
as nove esferas celestes fundiram-se na lua
e o vaso do meu ser dissolveu-se inteiro no mar.
Quando o mar quebrou-se em ondas,
A sabedoria divina lançou sua voz ao longe.
Assim tudo ocorreu, assim tudo foi feito.
Logo o mar inundou-se de espumas,
e cada gota de espuma
tomou forma e corpo.
Ao receber o chamado do mar,
cada corpo de espumas se desfez
e tornou-se espírito no oceano.
Sem a majestade de Shams de Tabriz
Não se poderia contemplar a lua
Nem tornar-se mar.”

Do livro Poemas místicos, Diwan de Shams de Tabriz.
Seleção e tradução: José Jorge de Carvalho.
*
Rumi nasceu na cidade de Bahl, hoje Afeganistão, na época uma província persa em 30/09/1207. Desde menino teve contato com muitos sufis eruditos da época viajou bastante. Seu nome está associando à Anatólia romana onde viveu muito tempo (Konya); era chamada pelos turcos do sultanato Seljúcida, de terra de Rum, referência ao império romano do Ocidente, o império bizantino. A Anatólia recebia muitos persas orientais abalados com as invasões mongóis. Apesar de passar a maior parte da sua vida na Turquia, sempre escreveu em persa. Tornou-se professor muito popular e tinha como alunos todo tipo de gente.
Aos 37 anos (1244) conheceu Shams de Tabriz. O afeto e cumplicidade espiritual entre ambos marcou sua poesia e a história do sufismo. Rumi desenvolveu o Sama (que teria praticado com Shams), uma dança extática em que os derviches giram em torno de si, imitando o movimento de rotação e translação dos planetas. Depois da morte de Rûmi seu filho Walad formalizou a ordem MAVLEVI dos derviches giradores.
A importância de Rumi transcende os conceitos de nacionalidade e etnia. Sua presença é marcante na literatura persa, turca e em na Ásia Central. Seus poemas são amplamente conhecidos e traduzidos em vários idiomas.
Rumi é autor de obra impar entre as quais se destacam: Os Poemas Místicos, Divan de Shams de Tabriz contém 3230 gazéis e cerca de 2000 rubaiyyat. É a maior coleção de poemas místicos jamais escrita. O Masnavi, tratado filosófico-teológico, conta com 6 livros com textos diversos: passagens corânicas, alegorias, sermões. Com 25 mil versos é um dos grandes textos espirituais, conhecido na tradição sufi como o Alcorão Persa.
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Extraído de: http://www.revistazunai.com/traducoes/rumi.htm
http://www.revistazunai.com/
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INFORMAÇÕES POR PARTE DOS ANCIÃOS - 19 de maio de 2013

um Melquizedeque do Ar.
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http://youtu.be/QbVdQCy-J3E
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